Dorme, ó branca vítima, em nossa alma mais profunda,
Em tua mortalha de virgem e cingida de lótus;
Dorme! a impura fealdade é a rainha do mundo,
E nós mesmos perdemos o caminho de Paros.
Os deuses foram feitos em pó e a terra está muda:
Nada mais falará em teu céu abandonado.
Dorme! mas, vivendo nele, canta no coração do poeta
O hino melodioso da santa Beleza!
Só ela sobrevive, imutável, eterna.
A morte pode dispersar os universos tremulos,
Mas a Beleza reluz, e tudo renasce nela,
E os mundos ainda rolam sob seus pés brancos!
O vil Galileu golpeou-te e amaldiçoou,
Mas tu caíste maior! E agora, ai de mim!
O sopro de Platão e o corpo de Afrodite
Partiram para sempre para os belos céus de Hela!
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